Que desaparecido fulgor regressa a estes olhos,a esta casa?Estás sentado, chove em todos os pátios.Em ti nasce o orvalho, nas salas o bolor instala-se.Lentos são os cabelos, tristes pelo tempo fora.Nada floresce nas sombras da idade.Se ao menos,se ao menos junto às serras uivasse o lobo e coma neve descesse e o medo descendo.Estás sentadoonde as muralhas se desalinham no teu sentir.Sentes cada minuto que cresce por dentro dos temporais,mergulhas o ouvido na reentrância das nascentes.Pouca água cantará o teu sonho de agosto.Se ela te visse.essa mulher com a sua voz de búzios loucos.Mas anoitece nos circos, voas na orla dos cristais.Ninguém te viu.Lágrima a lágrima cais sobre as imensidões de linho.Quem terá lavado esse alvíssimo pano onde a tua cabeçase verga para a terra,para os seus mortos tardios?Há aí um rumor de larvas,exércitos que se digladiam.Tu bem sabes que adagas partiram das tuas mãos.Acordas na noite, estás só.Gravas na solidão dos quartos uma estrela de lume.Reflectes a orquídea sobre a mesa, os objectos frios dos invernos.Algures, nos becos da infância, celebra-se a primeira fábula.”
Sinopse
Que desaparecido fulgor regressa a estes olhos,a esta casa?Estás sentado, chove em todos os pátios.Em ti nasce o orvalho, nas salas o bolor instala-se.Lentos são os cabelos, tristes pelo tempo fora.Nada floresce nas sombras da idade.Se ao menos,se ao menos junto às serras uivasse o lobo e coma neve descesse e o medo descendo.Estás sentadoonde as muralhas se desalinham no teu sentir.Sentes cada minuto que cresce por dentro dos temporais,mergulhas o ouvido na reentrância das nascentes.Pouca água cantará o teu sonho de agosto.Se ela te visse.essa mulher com a sua voz de búzios loucos.Mas anoitece nos circos, voas na orla dos cristais.Ninguém te viu.Lágrima a lágrima cais sobre as imensidões de linho.Quem terá lavado esse alvíssimo pano onde a tua cabeçase verga para a terra,para os seus mortos tardios?Há aí um rumor de larvas,exércitos que se digladiam.Tu bem sabes que adagas partiram das tuas mãos.Acordas na noite, estás só.Gravas na solidão dos quartos uma estrela de lume.Reflectes a orquídea sobre a mesa, os objectos frios dos invernos.Algures, nos becos da infância, celebra-se a primeira fábula.”Ficha Técnica
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