O fluxo dos poemas wojtylianos é amplo, em sequências de grande fôlego e
de um pensamento habituado às imagens, mescladas com os sentimentos
mais fortes e até antitéticos do homem (amor/ódio), progride a partir
tanto dos factos como da visão, aspirando sempre a um bem maior e a uma
linguagem inovadora. Ainda que tenha motivos religiosos, não se trata de
uma poesia religiosa ou confessional, antes é plenamente laical,
transbordante de humanidade e de solidariedade com os outros. Este
caudal poético apenas é comparável, na minha opinião e no que concerne à
poesia portuguesa, à obra poética de Herberto Hélder ou à de Ruy Belo.
No contexto da Weltliteratur, nota-se uma leitura assimilada de Rilke,
tanto das Elegias de Duíno como dos Novos Poemas (aliás, no livro
Atravessar o Limiar da Esperança, João Paulo II refere-se ao ciclo de
poemas rilkianos, A Vida de Maria). Karol torna-se convincente pela sua
linguagem e pela experiência que a suporta, como é o caso do seu
trabalho numa pedreira. Muitos dos temas que aborda nestes poemas vêm a
ser, mais tarde, objeto de documentos do seu magistério (como é o caso
do poema "A Pedreira" e a Encíclica Laborem exercens)» (Maria Teresa
Dias Furtado).
Papa de origem polaca, de nome próprio Karol Wojtyla, nascido a 18 de Maio de 1920, em Wadowice, uma localidade no sul da Polónia, e falecido a 2 de Abril de...
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