Nestas colunas que para muita coisa servem ou pretendem servir - quanto mais não seja para de tais coisas ficar traço que algum dia se desenterre. Registo que vá ficando, na suposição, nem optimista, nem pessimista, de valer a pena, para o autor tanto quanto, mais ou menos mas sempre diferentemente, para os leitores. A verdade é que a história se faz de pequenas notas e lembranças, no cruzamento tecido delas, caçadas na altura dos acontecimentos ou apanhadas, depois, nas voltas da memória, fiel ou infiel, como todas as memórias. São linhas e entrelinhas que o autor destes textos (ou pretextos) sempre, em divertimento, oferece a quem as queira - e não é a mais nunca obrigado, porque tão pouco alguém é forçado a lê-los. Ao contrário do que a documentos oficiais sucede. De estruturas, embora nem sempre pareça, se ocupa então o autor destes folhetins, pouco a pouco, texto a texto, tecendo, como se não se desse por isso, ou por isso não quisesse dar, uma informação que o seja, real, mesmo indirectamente, do estado da questão. Daí a variedade das coisas de que fala e dos registos em que o faz. Nunca ninguém sabe onde a informação vai parar. Tal a moralidade da história a tirar destes folhetins. A História propriamente dita, da arte ou de outra coisa, essa nunca a tem nem pode ter. Que só "o erro mudou", com o tempo (1985).
Sinopse
Nestas colunas que para muita coisa servem ou pretendem servir - quanto mais não seja para de tais coisas ficar traço que algum dia se desenterre. Registo que vá ficando, na suposição, nem optimista, nem pessimista, de valer a pena, para o autor tanto quanto, mais ou menos mas sempre diferentemente, para os leitores. A verdade é que a história se faz de pequenas notas e lembranças, no cruzamento tecido delas, caçadas na altura dos acontecimentos ou apanhadas, depois, nas voltas da memória, fiel ou infiel, como todas as memórias. São linhas e entrelinhas que o autor destes textos (ou pretextos) sempre, em divertimento, oferece a quem as queira - e não é a mais nunca obrigado, porque tão pouco alguém é forçado a lê-los. Ao contrário do que a documentos oficiais sucede. De estruturas, embora nem sempre pareça, se ocupa então o autor destes folhetins, pouco a pouco, texto a texto, tecendo, como se não se desse por isso, ou por isso não quisesse dar, uma informação que o seja, real, mesmo indirectamente, do estado da questão. Daí a variedade das coisas de que fala e dos registos em que o faz. Nunca ninguém sabe onde a informação vai parar. Tal a moralidade da história a tirar destes folhetins. A História propriamente dita, da arte ou de outra coisa, essa nunca a tem nem pode ter. Que só "o erro mudou", com o tempo (1985).Ficha Técnica