Muito
já se escreveu, e, porventura se escreverá, sobre as terras de África, mas
procuro nestas linhas descrever algumas vivências familiares, não por entender
que algo de relevo e de interesse haja nelas, porque, como a minha, houve
centenas ou mesmo milhares de outras famílias, que por lá viveram e à Terra se
dedicaram de tal forma, que se torna impossível esquecê-las. Tento também ser o
mais claro possível, usando uma linguagem corrente e acessível, a todos os
níveis culturais.
Os
episódios aqui narrados, são, contudo verídicos, mas procuro descrevê-los de
uma forma romanceada e trabalhada de modo a que não pareçam factos meramente
jornalísticos, com o tratamento normal de uma mera notícia.
Começo
assim por dizer que, por lá, os nossos horizontes não tinham fim nem limites.
As perspectivas de futuro, sustentadas pelo regime político de então, eram
invulgares, mas limitadas se pretendêssemos contrariá-lo, num ou noutro
aspecto. Mesmo assim, nada nos impediu no caminho do progresso ao ponto de
transformar aquelas terras em países modernos e ricos, onde havia lugar para
todos (e ainda há, desde que não falte boa vontade) e de todas as raças sem
excepção. Só os entendidos e verdadeiros conhecedores, podem atestar a
diferença entre a convivência entre raças diferentes que sempre houve,
comparando as antigas colónias portuguesas às de outros países europeus, que,
como nós, por lá andaram durante séculos.
É
por isso, que quero aqui homenagear todos aqueles que escolheram o caminho da
paz, da amizade e boa convivência, na igualdade de oportunidades com os naturais,
e que por essa causa, muitos deram a própria vida. Outros, sentiram por parte
do regime de então, alguma marginalização, classificando-os como Portugueses,
brancos de 2ª classe (ou brancos - negros). É verdade também, que muitos erros
e injustiças se cometeram, e as vítimas eram quase sempre as mesmas, mas não
foi a nossa geração que as cometeu, e contudo, foi ela quem “pagou as favas”.
É também a esses, a essa “Geração Rejeitada”, que eu dedico estas
linhas, mas cujos nomes das personagens aqui descritas, (por respeito para com
eles, principalmente por aqueles que já não vivem entre nós) nem todos poderiam
ser os verdadeiros. Outros são, mas só os próprios o saberão, se ainda forem
vivos, e puderem, ou quiserem ler estas linhas.
Sinopse
Muito já se escreveu, e, porventura se escreverá, sobre as terras de África, mas procuro nestas linhas descrever algumas vivências familiares, não por entender que algo de relevo e de interesse haja nelas, porque, como a minha, houve centenas ou mesmo milhares de outras famílias, que por lá viveram e à Terra se dedicaram de tal forma, que se torna impossível esquecê-las. Tento também ser o mais claro possível, usando uma linguagem corrente e acessível, a todos os níveis culturais.Ficha Técnica