General Santos Costa
Fernando dos Santos Costa nasceu em Alcafache, concelho de Mangualde, distrito de Viseu, a 19 de Dezembro de 1899. Filho de oficial, entrou para a Escola de Guerra a 16 de Agosto de 1917, depois de ter cursado o Liceu em Viseu, e os preparatórios militares na Universidade de Coimbra. No ano seguinte de 1918, é promovido a alferes. É Tenente em 1922, e nessa qualidade tomará parte nos movimentos que antecederam e realizaram a revolta de 28 de Maio de 1926.
Promovido a Capitão em 11 de Fevereiro de 1933, foi convidado em 13 de Maio de 1936 a pertencer ao Governo de Salazar na função de Subsecretário de Estado da Guerra onde trabalhou com Salazar, então Ministro da Guerra, na elaboração das importantes Reformas Militares de 1937/1938, tendo recebido de Salazar os maiores elogios pelo seu trabalho na elaboração destes diplomas. Em 1940 é promovido a Major, em 1943 a Tenente-Coronel e a Coronel em 1953, ficando neste posto com a antiguidade de 1948. Foi Ministro da Guerra entre 1944 e 1950 e Ministro da Defesa de 1950 a 1958.
Após a sua saída do Governo frequentou o curso de Altos Comandos, condição necessária para a promoção a Oficial General, tendo obtido a classificação de Muito Apto. É promovido a Brigadeiro em 2 de Dezembro de 1959 com a antiguidade de 1953 e a General em 3 de Outubro de 1961. Em 1963 é nomeado Director do Instituto dos Altos Estudos Militares, onde permaneceu até à sua passagem à situação de reserva. Iniciou a sua carreira militar na arma de Infantaria, tendo passado pelo Regimento de Infantaria 14 em Viseu, entre 1918 e 1919, e pelo Regimento de Infantaria 23 em Coimbra, entre 1919 e 1926, onde frequentou os preparatórios para o Curso de Estado Maior. Aí, foi aluno de Salazar na cadeira de Economia Política. De 1927 a 1930, frequentou o Curso de Estado Maior, de que se tornou professor em 1933.
Com uma grande preocupação de defender as instituições militares tem de se lhe fazer justiça pois conseguiu, a partir da completa desorganização existente em 1926 e da indisciplina que o predomínio dos tenentes da Revolução fatalmente provocaria, pôr de pé um Exército que durante a guerra esteve vigilante e presente em todo o Mundo Português, e formar uma Força Aérea moderna. A formação do pessoal, a mobilização das unidades, a utilização das forças, a sacudidela nos comodismos, a vitória sobre a inércia, tudo isso foi obra sua, conseguida à custa de muita energia e talvez impossível sem severidade, e às vezes mesmo a autoridade disciplinadora, de quem dirigia.
Após a 2ª Guerra Mundial, Santos Costa estava convencido da eminência de uma nova guerra, e por isso advogou o rearmamento a curto prazo. A adesão à NATO, e particularmente a concessão de facilidades nos Açores, abriram perspectivas para a concretização da ajuda militar americana, que Santos Costa não deixa de explorar, com a anuência de Salazar. Os imensos contactos com militares americanos que haviam de levar à renovação do acordo das bases nos Açores, passaram por Santos Costa, e conduziram as negociações que levaram à sua assinatura em 1951. Em compensação pelas facilidades concedidas, os Estados Unidos comprometeram-se a contribuir para a defesa portuguesa, com autorização para a utilização do armamento na defesa do Ultramar português. Santos Costa foi por isso o homem mais forte do Governo, logo a seguir a Salazar, não apenas do ponto de vista da política interna, mas também em termos de política externa e disso tiveram clara percepção as autoridades americanas que o condecoraram.
Santos Costa participou em todas as reuniões do Comité de Defesa e do Conselho Ministerial da NATO, realizadas em Washington, Bruxelas, Paris e Lisboa. No âmbito do programa de ajuda militar, pilotos aviadores portugueses da Escola do Exército partiram para os Estados Unidos onde fizeram tirocínio e militares americanos vieram para Portugal. O apoio americano, traduzido sobretudo em armamento, começou a chegar. Em 1952, foi criada a Força Aérea onde Santos Costa teve o papel relevante nos problemas com a Marinha que perdeu a aeronáutica naval por se ter fundido com a aeronáutica militar do Exército e por ter criado os seus quadros de pessoal bem como ter dirigido a construção e a ampliação das Bases Aéreas, de acordo com as especificações da NATO. Foi nomeado membro vitalício do Conselho de Estado em 1952 e Chanceler das Ordens Honoríficas Militares.
Em Janeiro de 1960, foi nomeado presidente da Comissão do Livro Branco, que viria a publicar treze volumes de documentação diplomática sobre “Dez Anos de Política Externa de Portugal (1936-1947)”, no decurso da Guerra Civil de Espanha e da Segunda Guerra Mundial. Deixou outros dois volumes para publicação. Esta Comissão foi exonerada por despacho ministerial de 12 de Junho de 1974.
O General Santos Costa foi agraciado com as condecorações portuguesas: “Ordem Militar de Torre e Espada, (Grande Oficial e Gran Cruz), Ordem do Mérito Militar (Grande Oficial) Ordem Militar de Cristo (Oficial e Grande Oficial) Ordem Militar de Aviz (Oficial e Gran Cruz) A Medalha de Prata de Serviços Distintos, várias estrangeiras entre as quais a Legion of Merit (Degree of Chief Commander) dos Estados Unidos da América, e várias espanholas entre elas a Ordem de Carlos III (Gran Cruz) brasileiras entre as quais a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul (Grande Oficial) a belga Grand’ Croix de L’orde Royal du Lion, a alemã Cruz de Mérito da Ordem da Águia Alemã com Estrela etc. etc. Faleceu em Lisboa, a 15 de Outubro de 1982.
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