... Anos atrás estudei e fiz estudar um percurso lisboeta que vai do Cais do Sodré até ao Rato, recheado de história dos tempos que atravessa, da Idade Média, ou desde sempre, que o Tejo lhe é princípio imemorial, atá ao romantismo do Príncipe Real, com muitas lembranças barrocas e pombalinas no seu andar. Disso se fez, em 1994, quando Lisboa foi “Capital Europeia da Cultura”, o programa da “Sétima Colina” que alguém assim bem baptizou. Era ainda então o percurso servido pela linha 20, da Carris. Carreiras dessas, hoje que escrevo, só existem seis, a da beira-rio, a primeira de todas, há quase um século da electrificação, outra, curta, para S. Tomé, e quatro que servem três cemitérios da capital. Entre estas está a 28 que, desde 1985, larga do Martim Moniz e nos Prazeres vai a enterrar, ressuscitando ali para regresso da circulação. É a mais longa e complexa da cidade, e riquíssima de informação urbana – subindo à Graça, descendo pela Sé à Baixa para trepar à Estrela, de colina para colina. E, como deve ser, “vendo por onde se vai antes de lá chegar”...No trajecto passa ela por umas dez igrejas, oito conventos que foram, uns vinte palácios e palacetes que são ou já não são, meia dúzia de prédios de destaque, seis jardins e uma dezena e meia de estátuas, dez teatros e cinemas de que só restam dois – algumas desta unidades de maior importância histórica e artística, como se diz e por isso delas se fala em demora e pormenor. São contas do que há e do que houve, pelo tempo fora, de um lado e do outro dos carris ainda hoje montados para serviço de uma cidade que totalmente os vai perdendo...
Sinopse
... Anos atrás estudei e fiz estudar um percurso lisboeta que vai do Cais do Sodré até ao Rato, recheado de história dos tempos que atravessa, da Idade Média, ou desde sempre, que o Tejo lhe é princípio imemorial, atá ao romantismo do Príncipe Real, com muitas lembranças barrocas e pombalinas no seu andar. Disso se fez, em 1994, quando Lisboa foi “Capital Europeia da Cultura”, o programa da “Sétima Colina” que alguém assim bem baptizou. Era ainda então o percurso servido pela linha 20, da Carris. Carreiras dessas, hoje que escrevo, só existem seis, a da beira-rio, a primeira de todas, há quase um século da electrificação, outra, curta, para S. Tomé, e quatro que servem três cemitérios da capital. Entre estas está a 28 que, desde 1985, larga do Martim Moniz e nos Prazeres vai a enterrar, ressuscitando ali para regresso da circulação. É a mais longa e complexa da cidade, e riquíssima de informação urbana – subindo à Graça, descendo pela Sé à Baixa para trepar à Estrela, de colina para colina. E, como deve ser, “vendo por onde se vai antes de lá chegar”...No trajecto passa ela por umas dez igrejas, oito conventos que foram, uns vinte palácios e palacetes que são ou já não são, meia dúzia de prédios de destaque, seis jardins e uma dezena e meia de estátuas, dez teatros e cinemas de que só restam dois – algumas desta unidades de maior importância histórica e artística, como se diz e por isso delas se fala em demora e pormenor. São contas do que há e do que houve, pelo tempo fora, de um lado e do outro dos carris ainda hoje montados para serviço de uma cidade que totalmente os vai perdendo...Ficha Técnica